Prá│xima parada: Florenáºa! Quem deseja visitar a capital da Toscana, uma das mais belas cidades da Itáília, náúo vai poder evitar alguns dos lugares mais requisitados e famosos do paá¡s: a Galleria dellÔÇÖAcademia com a obra-prima Davi de Michelangelo; as obras fundamentais na Galleria degli Uffizi, Catedral Santa Maria del Fiore e Ponte Vecchio sáúo apenas alguns deles.

Mas seráí que vocᬠvai se contentar apenas com isso? Creio que náúo!

Afinal, Florenáºa á® uma cidade de infinitas possibilidades! Entáúo, pensando em te ajudar a extrair ainda mais de Florenáºa, decidimos listar algumas curiosidades e dicas que podem transformar sua maneira de ver a cidade.

1- Trechos da Divina Comá®dia espalhados pelas paredes

Um dos florentinos mais ilustres de todos (entre tantos) certamente foi o poeta Dante Alighieri, que escreveu a Divina Comá®dia, poema á®pico responsáível por servir de base para o estabelecimento do Italiano enquanto lá¡ngua nacional. A obra, escrita possivelmente ao longo de toda a vida de Dante (entre 1304 e 1321, estima-se) á® de importáóncia fundamental para as artes e a literatura mundial. Vocᬠsabia que alguns dos trechos do poema foram espalhados pela cidade de Florenáºa em placas de máírmore?

Láípide dantesca
Láípide dantesca em Via dei Tavolini, Florenáºa. Foto: Sailko / Wikimedia Commons

Sáúo 34 láípides da Divina Comá®dia espalhadas ao longo das fachadas de diversos edifá¡cios histá│ricos. Das 34 citaáºáÁes, 9 sáúo do Inferno, 5 do Purgatá│rio e 20 do Paraá¡so, as trá¬s partes que compáÁem a obra. Os trechos escolhidos revisam os principais eventos da cidade e de seus cidadáúos, traáºando uma verdadeira jornada poá®tica nas paredes. Foi no ano de 1900 que a comuna de Florenáºa encomendou a separaáºáúo dos trechos que citam a cidade e fazem referá¬ncias aos locais onde as placas foram colocadas, em um projeto realizado ao longo de sete anos. Alguns dos trechos fazem citaáºáúo direta ao local da cidade, mas háí outros como, por exemplo, os versos 31 a 33 do Canto 30 do Purgatá│rio, no qual Dante homenageia Beatriz (sua musa inspiradora): o trecho foi colocado no local que, áá á®poca, era a casa da famá¡lia de Beatriz.

Láípide dantesca
Láípide dantesca em Via Alighieri, Florenáºa. Foto: Sailko / Wikimedia Commons

Que tal procuráí-las enquanto passeia pela cidade?

2- Florenáºa, a primeira cidade a ter ruas pavimentadas

A cidade de Florenáºa foi a primeira da Europa a ter ruas pavimentadas. Isso aconteceu porque, em 1339, a cidade de Florenáºa decidiu colocar pedras em todas as suas ruas, graáºas áás doaáºáÁes dos banqueiros e comerciantes locais, evitando o cháúo de terra batida. áë claro que, desde o Impá®rio Romano, estradas pavimentadas cortavam a Europa e ajudavam os romanos a levarem produtos, alimentos e exá®rcitos de um lugar para o outro, mas nunca antes uma cidade toda havia sido pavimentada.

Rua em Florenáºa.
Rua em Florenáºa. Foto: aaron007 / Bigstock

Atualmente, as ruas da regiáúo histá│rica e central de Florenáºa carregam sua histá│ria, mas as constantes manutenáºáÁes ao longo dos anos foram mudando a pavimentaáºáúo, especialmente apá│s o uso dos veá¡culos modernos com pneus de borracha.

Mesmo assim, á® interessante andar pelas ruas da cidade e saber que a pavimentaáºáúo ocorreu háí tanto tempo!

3- áë a terra do Piná│quio!

Pinocchio
Pinocchio. Foto: Max Pixel

Florenáºa á® a terra de tanta coisa ÔÇô dos bons vinhos, da gastronomia, das artes ÔÇô que muita gente acaba se esquecendo que á® tambá®m a terra do Piná│quio. Afinal, foi tambá®m em Florenáºa que o escritor Carlo Collodi (pseudá┤nimo de Carlo Lorenzini) escreveu o livro “As Aventuras de Piná│quio”, que ao longo do tempo se transformaria em um dos personagens da literatura infantil mais reproduzidos e adorados, embora o livro original náúo tivesse a intenáºáúo de ser para crianáºas, com temáíticas atá® hoje consideradas pesadas para os pequenos.

Loja Bartolucci em Florenáºa.
Loja Bartolucci em Florenáºa. Foto: kateafter / Bigstock

De qualquer forma, as lojas com o boneco de madeira mais famoso do mundo sáúo uma atraáºáúo áá parte na cidade de Florenáºa. Tanto a loja Bartolucci (Via della Condotta, 12) quanto a Pinocchio Store (Via de’ Guicciardini, 6/r) possuem brinquedos, enfeites e os mais variados produtos referentes ao Piná│quio, e todos eles semelhantes ao conceito original do personagem, que náúo se assemelha em nada ao famoso desenho da Disney.

Vocᬠtambá®m pode visitar a estáítua do personagem na Praáºa do Mercado Central: ela foi criada em 2006 pelo escultor Thomas Cecchi, e seu local fica a 100 metros da casa onde Carlo Collodi nasceu.

Pinocchio
ÔÇ£PinocchioÔÇØ by Thomas Cecchi, Florenáºa. Foto via Daily Photo Stream

Aproveite para mergulhar no mundo de um dos personagens mais importantes da nossa infáóncia quando estiver por láí!

4- Placas criativas por toda a cidade!

Arte de rua em Florenáºa
Placa de rua em Florenáºa, arte de Clet Abraham. Foto: Fired / Bigstock

Essa á® para aqueles que acham que arte á® apenas aquilo que foi feito háí sá®culos! Mas quem gosta de arte urbana contemporáónea tambá®m se diverte em Florenáºa! Isso acontece porque á® em Florenáºa que vive o artista francá¬s Clet Abraham, famoso por inventar os desenhos mais criativos e divertidos em placas de tráónsito ou outros elementos urbanos!

Háí anos o artista cria intervenáºáÁes em diversas cidades europeias, mas Forenáºa se destaca por ser o local onde ele escolheu viver. Seu está║dio fica na Via dellÔÇÖOlmo (segundo seu site oficial) e suas obras tá¬m ganhado repercussáúo especialmente pelas redes sociais!

Arte da placa de rua de Florenáºa por Clet Abraham.
Placa de rua em Florenáºa, arte de Clet Abraham. Foto: Anamejia18 / Bigstock

Por isso, quando estiver andando pelas ruas florentinas, permita-se atentar para as placas das ruas! Vocᬠpode se surpreender com coisas muito criativas.

5- Páúo sem sal

Páúo de Florenáºa.
Páúo tá¡pico de Florenáºa. Foto: Fabio Venni / Flickr

Se vocᬠbusca por um sabor diferente, talvez Florenáºa seja o lugar ideal! áë que o páúo tá¡pico da regiáúo á® feito totalmente sem sal. E isso á® um dos principais charmes da sua forma de produáºáúo. Mas por que seráí que as pessoas seguem esta receita? Existem váírias explicaáºáÁes para isso.

Uma delas tem relaáºáúo com antigos impostos. A explicaáºáúo mais popular diz que o governo da cidade de Pisa, que no sá®culo XII era um territá│rio diferente, teria criado barreiras para a chegada do sal na regiáúo de Florenáºa, com o objetivo de fazá¬-los se renderem nas batalhas. No entanto, os pisanos teriam sido surpreendidos quando os florentinos apenas aceitaram viver sem sal e fazer seu páúo sem o tempero. Háí explicaáºáÁes histá│ricas que remetem muito áás altas taxas que a Igreja Catá│lica teria colocado no comá®rcio do sal para regiáÁes náúo controladas pelo Papa por volta do sá®culo XV. Isso fazia com que o tempero fosse mais raro nas regiáÁes longe do mar, situaáºáúo que teria criado a expressáúo ÔÇ£salgadoÔÇØ para se referir a algo muito caro. No entanto, háí quem explique que o páúo á® sem sal simplesmente porque os embutidos e recheios sáúo bastante temperados, e algo precisa criar um equilá¡brio no paladar.

Seja qual for o motivo (que pode ser uma combinaáºáúo de todos eles), náúo deixe de aproveitar os saborosos panini quando estiver em Florenáºa: o páúo á® leve, mas o recheio saboroso compensa.

Por Daniel Cury
Foto de capa: via Artevita