Museus Vaticanos: 5 obras imperdá¡veis

Os Museus Vaticanos, com mais de dezoito milháÁes de visitantes todos os anos, sáúo a maior atraáºáúo turá¡stica da Itáília. E com razáúo, pois o Museu abriga um riquá¡ssimo acervo de obras de arte, acumulado pelos papas ao longo dos sá®culos, muitas das quais sáúo obras-primas da cultura europeia, de valor inestimáível. Apresentamos aqui 5 bons motivos para visitar o Museu quando passar, na sua viagem, por Roma e pelo Vaticano:

1. Laocoonte

A extraordináíria escultura antiga de Laocoonte foi reencontrada no Renascimento durante algumas escavaáºáÁes em Roma, presenciadas inclusive por Michelangelo.

A estáítua narra um episá│dio da guerra de Trá│ia: a terrá¡vel morte do sacerdote Laocoonte, punido pelos deuses por tentar alertar o resto dos troianos contra a armadilha do Cavalo-de-Trá│ia. áë impressionante a habilidade tá®cnica com que sáúo representados o esforáºo e a agonia do sacerdote e de seus filhos, que tentam se desvencilhar desesperadamente, mas em váúo, das ferozes serpentes mandadas pelos deuses, que os atacam. A enorme escultura, de quase dois metros e meio, se encontra na seáºáúo de arte antiga: náúo deixe de ir vá¬-la!

2. Apolo do Belvedere

A escultura á® considerada por muitos uma das mais belas obras de arte da Antiguidade e mesmo de todos os tempos, ideal de beleza para os gregos, pela sua perfeiáºáúo e harmonia.

A escultura representa Apolo, deus da poesia e dos oráículos, triunfante no momento da sua vitá│ria contra a serpente Pá¡ton: impressiona, alá®m da majestade e elegáóncia da pose, a perfeiáºáúo do manto que Apolo carrega, que parece realmente ser feito de tecido e náúo de máírmore.

Esculpida no II sá®culo d.C., a estáítua foi reencontrada no Renascimento; Napoleáúo, quando se tornou rei da Itáília, a levou embora para a Franáºa; mas, depois da sua derrota, a obra foi devolvida ao Vaticano, onde vocᬠpoderáí apreciáí-la em toda a sua beleza, em meio a outras belas esculturas gregas.

3. Deposiáºáúo de Cristo ÔÇô Caravaggio

Outra obra-prima inestimáível do acervo dos Museus Vaticanos: dessa vez uma pintura, de Caravaggio. O quadro á® considerado, merecidamente, um dos mais significativos do pintor italiano. Representa o momento comovente do sepultamento de Jesus: o apá│stolo Joáúo, absorto em sua tristeza, sustenta o corpo de Jesus, ajudado por Nicodemos; atráís, trá¬s figuras femininas sáúo capturadas em meio a sua dor inconsoláível: Maria Madalena, com os olhos fechados, enxugando as prá│prias láígrimas; Maria, máúe de Jesus, idosa e com o olhar fixo em seu filho; Maria de Clá®ofas, tia de Jesus, transtornada e com os braáºos erguidos aos cá®us pelo desespero.

O inconfundá¡vel estilo de Caravaggio, que representa os personagens sagrados do Evangelho com naturalidade e sem idealizaáºáúo, como se tudo tivesse ocorrido na sua mesma á®poca, torna a cena do funeral incrivelmente realá¡stica e, por isso mesmo, ainda mais dolorosa de se assistir.

4. Escola de Atenas ÔÇô Raffaello

Uma das imagens mais famosas em todo o mundo, e, talvez, o maior sá¡mbolo do Renascimento, a Escola de Atenas á® uma obra-prima sem igual. Foi realizada por Raffaello Sanzio, quando este contava apenas 20 anos de idade! O papa Já║lio II pediu ao pintor que cobrisse com afrescos as paredes de uma sala no Vaticano onde estava um de seus escritá│rios, a Stanza dela Segnatura.

O jovem Raffaello realizou nessas paredes algumas das maiores obras do Renascimento italiano, a mais famosa das quais á® sem dá║vida a Escola de Atenas. Trata-se de uma verdadeira enciclopá®dia em imagens dos grandes pensadores da histá│ria: de Pitáígoras a Sá│crates; de Arquimedes a Heráíclito, aqui se encontram os maiores matemáíticos, filá│sofos e sáíbios do Mundo Antigo. Certamente as duas figuras mais famosas sáúo, ao centro do afresco, Platáúo e Aristá│teles: um apontando para cima (o mundo das ideias), o outro para baixo (o mundo da natureza), eles representam os dois maiores gá¬nios da Grá®cia antiga, nos quais os homens do Renascimento se espelhavam e inspiravam.

5. Capela Sistina

A Capela Sistina dispensa apresentaáºáÁes. Famosa por ser o lugar onde á® celebrado o conclave para eleiáºáúo do novo papa e, principalmente, pelos magná¡ficos afrescos de Michelangelo, a Capela á® certamente um dos maiores tesouros do Vaticano e um dos cumes da arte ocidental de todos os tempos.

Os afrescos foram encomendados pelo papa Já║lio II a um Michelangelo extremamente relutante, pois, na sua opiniáúo perfeccionista, ÔÇ£náúo era um pintor táúo háíbilÔÇØ. Como diz o poeta Goethe, ÔÇ£sem ter visto a Capela Sistina náúo á® possá¡vel ter uma ideia consideráível do que um homem sozinho seja capaz de obterÔÇØ: de fato, impressiona pensar que uma obra táúo monumental, de realizaáºáúo extremamente difá¡cil (o afresco do teto exigia que Michelangelo pintasse por horas a fio de ponta-cabeáºa), e ao mesmo tempo incrivelmente perfeita em todos os seus má¡nimos detalhes, possa ter sido realizada por um sá│ homem, em apenas quatro anos de trabalho.

O sá¡mbolo mais conhecido de todo esse esforáºo excepcional á®, sem dá║vida, a cena da Criaáºáúo do Mundo: Michelangelo conseguiu condensar em um gesto singelo, mas potente, todo o mistá®rio da Gá¬nesis, evidenciando como o homem foi criado áá semelhanáºa de Deus e, por isso mesmo, seja capaz, como ele, de se tornar ele mesmo um grandioso criador.

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Por Yuri Borges Loyola
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