O Coliseu de Roma á® o anfiteatro mais famoso do mundo e sá¡mbolo por excelá¬ncia da Itáília. Na á®poca, era considerado uma obra superior áás piráómides de Giza, a resposta de Roma áás sete maravilhas da Antiguidade, e em 2007 foi oficialmente incluá¡do na lista das sete maravilhas do mundo moderno!

Confira 15 fatos interessantes sobre o monumento mais imponente da Roma Antiga que chegou atá® ná│s!

1. Dimensáúo colossal!

O Coliseu de Roma á® um edifá¡cio elá¡ptico com um perá¡metro de 527 metros. Tem 189 metros de comprimento e 156 metros de largura, cobrindo uma áírea de 24.000 metros quadrados. Originalmente tinha 52 metros de altura, hoje sua altura á® de aproximadamente 48 metros e continua sendo o maior anfiteatro do mundo. Tem 80 ingressos e podia acomodar por volta de 50 mil espectadores.

Coliseu de Roma
Coliseu de Roma. Foto: ┬®phant de Getty Images / Canva

2. Construáºáúo em tempo recorde

A edificaáºáúo do Coliseu durou pouco mais de 5 anos, de 75 a 80 d.C.. Mais de 100.000 metros cá║bicos de travertino foram usados ÔÇïÔÇïapenas para a parede externa. Foi inaugurado com cem dias de shows e durante a cerimá┤nia de abertura mais de 5 mil feras foram mortas em um á║nico dia.

Detalhe parede externa do Coliseu de Roma.
Detalhe parede externa do Coliseu de Roma. Foto: Sabrina Pintus de Getty Images / Canva

3. O mistá®rio em torno do nome

Seu nome original era Anfiteatro Flavio, em homenagem áá dinastia Flaviana áá qual pertenciam Vespasiano e Tito, os imperadores que iniciaram e concluá¡ram as obras.

O nome Coliseu sá│ surgiu na Idade Má®dia e existem váírias teorias a respeito dele. A mais acreditada á® que a arena foi assim chamada por ter sido construá¡da na áírea anteriormente ocupada pelo enorme paláício do imperador Nero, a Domus Aurea, construá¡do apá│s o grande incá¬ndio de Roma em 64 d.C.. Nas proximidades da suntuosa residá¬ncia havia uma estáítua colossal de Nero, que mais tarde foi demolida, juntamente com a Domus Aurea, em virtude da Damnatio Memoriae (o apagamento de qualquer traáºo de lembranáºa de uma pessoa, como se essa jamais tivesse existido) do contravertido imperador. O nome Coliseu derivaria, portanto, do colosso de Nero.

Outros dizem que o nome se deva áá localizaáºáúo da arena, edificada em cima de uma colina onde antes havia um templo de áìsis. Daá¡ Collis Isei: o cole de Isis.

Existe tambá®m uma lenda obscura segundo a qual nos tempos antigos no lugar do anfiteatro existia um templo pagáúo, onde o diabo era adorado. Segundo essa tradiáºáúo, ao final de cada cerimá┤nia os sacerdotes perguntavam aos fiá®is: “Colis Eum?” (“Vocᬠo ama?”).

4. Shows intermináíveis

Os shows dentro do Coliseu duravam um dia inteiro! Ao ingressar no anfiteatro, todos recebiam uma placa em madeira, osso ou chumbo com a indicaáºáúo de seu lugar. A entrada era gratuita: os senadores ocupavam as primeiras filas junto com as vestais (sacerdotisas consagradas áá Vesta, deusa da casa); atráís deles os cavaleiros (os equites) e depois todos os outros. Para se sentirem confortáíveis ÔÇïÔÇïnos assentos de pedra dura e aguentarem o dia inteiro, os espectadores traziam almofadas macias de casa.

5. Uma enorme matanáºa

Estima-se que cerca de 500.000 homens e pelo menos um milháúo de animais morreram na arena. A parte da manháú era dedicada áás venationes: a caáºa e a matanáºa de animais selvagens e a luta atá® a morte entre eles e os homens. Era um momento muito apreciado pelo pá║blico, que adorava a exposiáºáúo de animais raros, a reconstruáºáúo de paisagens exá│ticas e a perá¡cia dos caáºadores que a pá® ou a cavalo abordaram tigres e leáÁes.

Depois da grande caáºada, passava-se áá fase mais sangrenta: as execuáºáÁes. Os condenados podiam ser cidadáúos romanos, estrangeiros ou escravos. Para os primeiros, o fim era ráípido e vinha com um golpe de espada. Os demais, por outro lado, poderiam ser crucificados (crucifixio), queimados vivos (ad flammas) ou jogados para as feras (ad bestias).

O momento mais esperado do dia, porá®m, eram as lutas entre gladiadores. Os duelos geralmente aconteciam em uma á║nica vez e continuavam atá® o atleta desistir ou morrer.  A eventual morte de um gladiador afetava o custo dos jogos: nesse caso, o organizador devia pagar ao lanista (o dono do gladiador) o valor total do lutador, náúo apenas o honoráírio.

Coliseu visto de dentro
Coliseu visto de dentro: a arena central, onde aconteciam as lutas dos gladiadores, á® circundada pelas arquibancadas de todos os lados. Foto: Iakov Kalinin / 123RF

No final do sá®culo II, a contrataáºáúo de um gladiador novato custava cerca de mil sestá®rcios, mas quem quisesse um nome que atraá¡sse multidáÁes, precisava estar pronto para desembolsar atá® 15.000 por cada apresentaáºáúo, o que se estima ser o equivalente de quase 24.000 euros.

6. Uma tradiáºáúo mistificada

Os máírtires cristáúos nunca foram sacrificados dentro do Anfiteatro Flavio. Os historiadores demonstraram que essa lenda náúo tem qualquer fundamento: apenas gladiadores profissionais ou prisioneiros de guerra (para serem executados) participavam dos jogos. Náúo obstante, pela tradiáºáúo cristáú o Coliseu continua representando um sá¡mbolo do martá¡rio dos primeiros seguidores de Jesus e todo ano a Via Sacra conduzida pelo Papa, na noite da Sexta Feira Santa, termina justamente na arena.

7. Uma igreja dentro do Coliseu

Poucos sabem que o Anfiteatro Flavio abriga uma pequena capela dedicada a Santa Maria da Piedade. A igrejinha foi edificada ÔÇô provavelmente entre os sá®culos VI e VII ÔÇô dentro de uma das arcadas, correspondente ao vigá®simo quarto arco do anfiteatro, justamente em memá│ria dos máírtires cristáúos que, segundo a tradiáºáúo, haveriam perdido suas vidas dentro do Coliseu.

Pintura de Eckersberg retratando a procissáúo na igreja de Santa Maria
Pintura do dinamarquá¬s Christoffer Wilhelm Eckersberg retratando a procissáúo na igreja de Santa Maria da Piedade no interior do Coliseu de Roma. Imagem: Commons Wikimedia (domá¡nio pá║blico)

8. Batalhas navais simuladas

Alá®m dos tradicionais jogos gladiatá│rios, no Coliseu eram organizados shows chamados de Naumachie, ou seja, verdadeiras batalhas navais.

De acordo com Martin Crapper, professor de engenharia civil e ambiental da Universidade de Edimburgo, a áígua fluá¡a por uma sá®rie de poáºos internos e tubulaáºáÁes abaixo das arquibancadas. Segundo a estima dele, demorava cerca de 7 horas para encher toda a arena.

La naumaquia (Combate naval entre romanos).
Ulpiano Checa: La naumaquia (Combate naval entre romanos). áôleo sobre tela apresentado na Sociedade Nacional de Belas Artes de Paris, 1894. Imagem: Commons Wikimedia (domá¡nio pá║blico).

9. O grande velarium

Em dias de sol, as arquibancadas do Coliseu eram cobertas por uma cortina ÔÇô chamada de velaruim ÔÇô composta por cerca de 80 velas triangulares movidas por 320 cordas. O motivo á® fáícil de entender: evitar a insolaáºáúo dos espectadores durante os espetáículos do meio-dia.

O velarium na visáúo artá¡stica de Jean-Lá®on Gá®rá┤me. Imagem: Commons Wikimedia (domá¡nio pá║blico)
Parte interna do Coliseu em Roma
Parte interna do Coliseu de Roma. Foto: Don Fink / 123RF

10. Os buracos do Coliseu

Jáí repararam nos buracos bem visá¡veis na fachada do Coliseu?

Alguns especulam que eles seriam o resultado dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.

Outros argumentam que os buracos teriam sido feitos pelos Visigodos durante a invasáúo no sá®culo V d.C., na tentativa de demolir o anfiteatro. Eles fracassaram e em decorrá¬ncia desse episá│dio surgiu o ditado “enquanto durar o Coliseu, Roma duraráí”.

Detalhe buracos fachada do Coliseu de Roma.
Detalhe buracos fachada do Coliseu de Roma. Foto: ┬®travnikovstudio / Canva

Embora sejam muito sugestivas, nenhuma dessas duas explicaáºáÁes á® a correta. Na realidade, os buracos simplesmente abrigavam as braáºadeiras de metal que os Romanos usavam para manter os blocos de pedra juntos. Observando atentamente os buracos, nota-se que eles estáúo localizados justamente em correspondá¬ncia das junáºáÁes entre os blocos. Posteriormente, as braáºadeiras foram removidas e fundidas para serem utilizadas de outra forma.

11. Um labirinto subterráóneo

O subsolo do Coliseu, iluminado por tochas e lamparinas a á│leo, era acessado por quatro corredores dispostos ao longo dos eixos do edifá¡cio, de modo que era possá¡vel chegar a essas salas mesmo com carroáºas. O cripto-pá│rtico ao norte conectava o poráúo do Coliseu com o Ludus Magnus, o quartel dos gladiadores onde havia uma sá®rie de prá®dios residenciais que se abriam para um páítio com um gináísio elá¡ptico ao ar livre, um anfiteatro em miniatura.

Coliseu de Roma - subterráóneo
Coliseu de Roma – parte subterráónea. Foto: ┬®stocklapse de Getty Images / Canva
Detalhe Coliseu de Roma.
Foto: ┬®rabbit75_cav / Canva

No subterráóneo do Coliseu aconteciam os preparativos para os shows. O aparato tá®cnico era coberto pelo cháúo da arena, onde se abriam váírias escotilhas: homens e animais apareciam surpreendentemente, iáºados por elevadores movidos por meio de um complexo sistema de guinchos. Construá¡das em madeira para a inauguraáºáúo, as paredes do subterráóneo foram substituá¡das com muros em alvenaria durante o impá®rio de Domiciano.

12. O fim dos jogos

As lutas entre gladiadores foram abolidas em 404 d.C. pelo imperador Honá│rio I. Jáí Constantino havia feito todo o possá¡vel para acabar com aquela que, no olhar da á®poca, comeáºava a ser vista como uma barbáírie, mas sá│ com Honá│rio os espetáículos terminaram por completo. O evento que determinou a aboliáºáúo definitiva dos jogos gladiatá│rios foi um acidente no qual o monge grego Almacchio (conhecido tambá®m com o nome de San Telá¬maco), que havia descido na arena para protestar contra essa práítica, foi apedrejado pela multidáúo enfurecida.

13. Sem o Coliseu, náúo haveria muitos dos edifá¡cios histá│ricos de Roma

A partir do V sá®culo o Coliseu foi progressivamente abandonado, atá® cair no total esquecimento. Durante o Renascimento o anfiteatro se tornou uma autá¬ntica cava de pedra! O máírmore da fachada e algumas partes internas foram usados ÔÇïÔÇïpara a construáºáúo da Basá¡lica de Sáúo Pedro e tambá®m para edifá¡cios civis como o Palazzo Barberini (do nome de uma das famá¡lias nobres mais poderosas de Roma). Foi assim atá® o sá®culo XVIII, quando o amor pelos antigos vestá¡gios de Roma voltou.

Palazzo Barberini - Roma.
Palazzo Barberini – Roma. Foto: ┬®phant de Getty Images / Canva

Estima-se que ao longo do tempo apenas um teráºo do que era a construáºáúo original do Coliseu permaneceu. Um ditado famoso que se referia áá depredaáºáúo do anfiteatro rezava:

Quod non fecerunt Barbari, fecerunt Barberini” (O que os báírbaros náúo fizeram, os Barberini fizeram).

14. Um espontáóneo horto botáónico

O interior do anfiteatro apresenta espá®cies florais particulares que estáúo sendo estudadas por botáónicos.

Mais de 350 espá®cies diferentes de plantas se enraizaram espontaneamente entre as ruá¡nas, algumas das quais sáúo de origem exá│tica e cujo crescimento seria favorecido pelo microclima do anfiteatro.

Coliseu Roma, Itáília.
Foto: ┬®sphraner de Getty Images / Canva

15. Imortalizado pelo cinema

O Coliseu jáí foi cenáírio de váírios filmes. Mas a pelá¡cula que mais celebrou sua fama mundial ÔÇô o Gladiador de Ridley Scott ÔÇô náúo foi filmada no Anfiteatro Flavio: uma sá®rie de contratempos levou o diretor a gravar algumas cenas no anfiteatro romano de El Jem, na Tuná¡sia, e a reconstruir uma arena em Malta, que foi realizada em apenas dezenove semanas. O restante foi recriado pelo computador.

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Por Giacomo Cenci
Foto de capa: ┬®tunart de Getty Images / Canva