Veneza: conheáºa a histá│ria de suas pontes mais importantes
Em Veneza existem mais de 400 pontes, cada uma delas oferece uma visáúo diferente da cidade. Quatro delas conectam as duas margens do Canal...
Um talento promissor, mas jovem, arrogante e instáível. Um bloco de máírmore colossal, mas de baixa qualidade e danificado, jáí abandonado por mais de um artista. Uma obra de arte que se tornou o sá¡mbolo de Florenáºa e do Renascimento em todo o mundo. Conheáºa a histá│ria por tráís do gá¬nio e de sua incomparáível obra-prima, o David de Michelangelo.
O talento precoce do jovem Michelangelo
Michelangelo Buonarroti nasceu no ano de 1475 em Caprese, uma pequena cidade no interior da Toscana. Sua famá¡lia, porá®m, era origináíria de Florenáºa e tinha sido no passado influente na cidade. No entanto, áá á®poca do nascimento de Michelangelo a famá¡lia passava por graves dificuldades financeiras. Foi justamente essa situaáºáúo a induzir o pai de Michelangelo a mandar para Florenáºa seu filho de apenas 12 anos para trabalhar como aprendiz na oficina de um artista renomado, Domenico Ghirlandaio.
O talento do garoto para a escultura náúo tardou a aparecer: Michelangelo passou a frequentar em Florenáºa o Jardim de Sáúo Marcos, onde Lourenáºo o Magná¡fico colecionava estáítuas da Roma antiga. Conta-se que um dia Lourenáºo, vendo o garoto esculpir o rosto de um velho fauno, criticou de forma amigáível a estranheza de dentes táúo bonitos na boca de um sáítiro idoso. Mas antes mesmo que Lourenáºo terminasse de dar uma volta no jardim, o orgulhoso Michelangelo jáí tinha, com broca e martelo, consertado seu erro, enfeando os dentes do fauno! Lourenáºo, impressionado com a velocidade e o talento do garoto, resolveu adotáí-lo em sua casa: Michelangelo tinha entáúo 15 anos de idade.
Leia tambá®m O Moisá®s de Michelangelo
Foi assim que Michelangelo passou a viver na casa da importante famá¡lia dos Má®dici, banqueiros patrocinadores das artes e entáúo senhores da cidade de Florenáºa. Acolhido em casa como um filho pelo prá│prio Lourenáºo o Magná¡fico, Michelangelo passava a viver no coraáºáúo do Renascimento italiano, podendo se dedicar inteiramente ao estudo da escultura e do mundo antigo, cultivando o prá│prio talento.
A aprendizagem pela Itáília
Mas toda essa tranquilidade durou pouco: apenas dois anos depois, em 1492, morria Lourenáºo de Má®dici, o grande promotor das artes em Florenáºa. O poder passava ao seu primogá¬nito Pedro, de apenas 20 anos, com o qual Michelangelo havia passado a prá│pria adolescá¬ncia na casa dos Má®dici. Mas Pedro náúo se revelou um bom governante e, apenas dois anos depois, foi removido do poder áá foráºa pelo povo: junto com ele eram expulsos da cidade de Florenáºa todos os membros da famá¡lia Má®dici. Michelangelo, que contava entáúo 17 anos, preocupado com a prá│pria seguranáºa por ser o pupilo dos Má®dici, resolveu escapar da cidade, abandonando assim o irmáúo ÔÇ£adotivoÔÇØ Pedro e o restante dos Má®dici áá prá│pria sorte.
Os anos que se seguiram foram de aprendizagem e muitas viagens: Veneza, Bolonha, de novo Florenáºa e Roma. O talento de Michelangelo comeáºava a despontar com foráºa e surgiam as primeiras obras importantes. Em Roma por exemplo, aos 22 anos, esculpiu sua primeira grande estáítua, a Pietáá. Considerada atá® hoje uma das esculturas mais belas da histá│ria, a Pietáá tornou logo conhecido em toda a Itáília o jovem Michelangelo.
Foi justamente a reputaáºáúo conseguida por Michelangelo com a Pietáá que induziu os responsáíveis pela catedral de Florenáºa a fazer ao jovem escultor uma proposta desafiadora. Logo apá│s a expulsáúo dos Má®dici, havia sido proclamada na cidade a Repá║blica de Florenáºa: respiravam-se novos ares na cidade, de renovaáºáúo e liberdade, e o novo governo queria encomendar uma obra de arte que representasse esses ideais. Os responsáíveis pela catedral da cidade pensaram logo numa figura bá¡blica famosa, que bem podia representar a nova Repá║blica de Florenáºa, vitoriosa contra a gigantesca riqueza dos Má®dici: tratava-se naturalmente do jovem Davi, vencedor contra o gigante Golias.
O retorno a Florenáºa e o grande desafio
A Catedral decidiu entáúo incumbir o jovem Michelangelo de realizar uma estáítua de Davi usando um bloco de máírmore colossal de antiga propriedade da igreja. A tarefa era francamente ingrata e muitos duvidavam que ela pudesse ter bom á¬xito: o bloco era de baixa qualidade, cheio de rachaduras e furos e, em algumas partes, atá® mesmo avariado. Para piorar, náúo era a primeira vez que se tentava trabalhar o bloco: ele jáí tinha sido usado por outros dois artistas que tinham tentado esculpi-lo, mas ambos desistiram depois de pouco tempo, abandonando o projeto pela metade e descartando o bloco usado. Foi nessas condiáºáÁes que o gigante bloco de máírmore chegou áás máúos do jovem escultor de 26 anos, Michelangelo, o qual logo aceitou o desafio.
Leia tambá®m O MOISáëS DE MICHELANGELO
Michelangelo trabalhou na sua estáítua incansavelmente por trá¬s anos, sob os olhares e a grande expectativa de toda a cidade. Na visáúo de Michelangelo, o máírmore continha jáí dentro de si a figura pronta e perfeita, quase como aguardando para vir áá tona: o trabalho do escultor era somente aquele de ÔÇ£tirar o excessoÔÇØ, liberando a forma aprisionada e adormecida atá® entáúo dentro da pedra. Aos poucos comeáºava a emergir, sob os golpes de seu martelo, aquela que para muitos á® a mais bela escultura da histá│ria da humanidade: o David de Michelangelo.
O David de Michelangelo, uma obra-prima inigualáível
A reaáºáúo dos florentinos diante da obra acabada foi de completa maravilha e espanto. Nunca tinha se visto nada igual com o qual tentar algum tipo de comparaáºáúo, nem mesmo entre as obras-primas dos gregos e dos romanos.
Com seus mais de 5 metros de altura, o David de Michelangelo á® a encarnaáºáúo absoluta da foráºa, da beleza e da perfeiáºáúo: olhar orgulhoso, penetrante e quase desafiador; corpo jovem e atlá®tico, no máíximo da sua foráºa e vigor; pose concentrada e pronta para o combate, mas sem perder a prá│pria natural nobreza e compostura. Era o sá¡mbolo perfeito para a jovem e orgulhosa Repá║blica de Florenáºa, pujante e destemida contra seus inimigos.
Diante de tamanha perfeiáºáúo, o governo da cidade decidiu atá® mesmo mudar o prá│prio plano inicial de destinar a estáítua áá Catedral da cidade e preferiu-se, ao invá®s disso, colocáí-la num lugar de maior destaque: na Piazza della Signoria, praáºa principal e coraáºáúo da cidade de Florenáºa. E foi assim que, no dia 8 de setembro de 1504, em meio ao já║bilo e áá ovaáºáúo de toda a cidade, o David de Michelangelo era enfim inaugurado oficialmente e colocado ao ar livre na frente do Palazzo Vecchio, sede do governo da cidade.
E ali o David restou, exposto a cá®u aberto na praáºa central de Florenáºa, atá® o ano de 1873, quando se decidiu enfim abrigar a estáítua em um museu para protegá¬-la do desgaste devido áás intempá®ries. No entanto, em 1910 foi colocada uma rá®plica da estáítua na sua antiga posiáºáúo, de maneira que ná│s tambá®m podemos hoje ter uma ideia do efeito que a escultura fazia posta em meio áá praáºa.
Quando vocᬠestiver em Florenáºa, náúo deixe absolutamente de ir atá® a Galleria dellÔÇÖAccademia para visitar o verdadeiro David esculpido pelas máúos de Michelangelo: uma obra-prima da arte italiana, inimitáível na sua perfeiáºáúo e indescritá¡vel na sua beleza, que nenhuma rá®plica ou foto podem minimamente render.
Por Yuri Borges Loyola
Foto de capa: Livioandronico2013 / Wikipá®dia (domá¡nio pá║blico).
