
Certamente uma das joias do Lago de Garda e de todo o norte da Itáília, Sirmione á® famosa internacionalmente seja pela beleza de sua paisagem, seja pelas suas salutá¡feras áíguas termais. A cidade, no entanto, tem tambá®m muito a oferecer em termos de histá│ria, cultura e lazer: conheáºa um pouco melhor este lugar romáóntico e fascinante, amado pelo poeta latino Catulo, que o imortalizou em seus versos definindo Sirmione ÔÇ£menina-dos-olhos de todas as ilhas e pená¡nsulasÔÇØ.

A cidade de Sirmione
A cidade de Sirmione se situa no belá¡ssimo Lago de Garda, mais precisamente em uma pená¡nsula muito famosa pela sua forma peculiar, alongada e estreita, que se projeta no lago, dando quase a impressáúo de ser uma ilha que flutua sobre as suas belas áíguas.
Sirmione á® extremamente fascinante e bonita: alá®m do imponente castelo que acolhe quem chega com a sua ponte levadiáºa, o centro proporciona uma atmosfera charmosa e quase que de conto de fadas graáºas áá sua pavimentaáºáúo de seixo áá moda antiga, aos seus muros de pedra e áás suas tantas vielas estreitas, que oferecem uma vista maravilhosa do lago em um cenáírio considerado entre os mais romáónticos da Itáília.

O Castelo Scaligero
Toda essa atmosfera encantadora á® acrescida ainda mais pela presenáºa do Castelo Scaligero, um dos mais bem conservados da Itáília. Imponente, ele á® tambá®m um dos poucos castelos em toda a Europa construá¡dos por sobre um lago e banhados de áígua por todos os lados. O castelo foi inteiramente circundado de áígua para tornáí-lo ainda mais seguro a possá¡veis ataques, isolando-o completamente do externo e praticamente impossibilitando a entrada dos inimigos. áë por essa razáúo que o Castelo Scaligero chegou áá nossa á®poca quase intacto e muito bem preservado: um belá¡ssimo e majestoso monumento para se ver e visitar.


A lenda do fantasma do castelo
Falando do castelo, náúo podemos deixar de narrar a tráígica histá│ria dos seus mais famosos moradores, Ebengardo e Arice. Conta-se que os dois jovens, apaixonados e casados havia pouco tempo, numa noite de inverno assolada por uma tempestade, acolheram com generosidade em seu castelo o nobre marquá¬s Elaberto, que desesperado buscava abrigo da forte chuva. O jovem marquá¬s, todavia, arrebatado pela beleza de Arice, confundiu sua gentileza de anfitriáú com algo menos nobre e, na calada da noite, resolveu se embrenhar sorrateiramente nos aposentos da jovem dama. Arice, porá®m, rechaáºou com veemá¬ncia as investidas do há│spede, que atá® entáúo havia crido que fosse de nobre coraáºáúo; Elaberto, enfurecido com a moáºa que o rejeitara, sacou de um punhal e a matou.

O grito derradeiro de Arice despertou o marido Ebengardo de seu sono: desesperado, ele correu em váúo atá® o quarto da esposa, onde ainda pá┤de encontrar Elaberto perto do corpo, com o punhal de sangue nas máúos. Cego de á│dio, Ebengardo se lanáºou contra o assassino de sua amada e, apá│s uma difá¡cil luta, conseguiu enfim matáí-lo utilizando aquele mesmo, funesto punhal. A vinganáºa, todavia, náúo amenizou a dor insanáível do jovem Ebengardo: inconsoláível, ele se trancou dentro dos muros do castelo para que o tempo consumisse aos poucos a triste vida lhe restava. Háí quem diga que atá® hoje o seu fantasma vague pelos corredores do castelo, ainda aflito pela morte de sua amada Arice e pela angá║stia de náúo a ter podido salváí-la.
As grutas de Catulo
Na ponta da pená¡nsula de Sirmione se encontra o maior parque arqueolá│gico de todo o norte da Itáília: trata-se das imponentes ruá¡nas de uma antiga mansáúo romana de á®poca imperial. O parque á® popularmente conhecido como ÔÇ£Grutas de CatuloÔÇØ, pois no passado acreditava-se se tratar de fato da moradia do famoso poeta latino Catulo, o qual, embora nascido em Verona, cantou em um famoso poema a beleza desta pená¡nsula, onde sua famá¡lia possuá¡a uma residá¬ncia de veraneio: ÔÇ£Sirmione, menina-dos-olhos de todas as ilhas e pená¡nsulas […] com que prazer e com que alegria te visitoÔÇØ.


Na verdade, o poeta Catulo viveu no I sá®culo antes de Cristo e as ruá¡nas que vemos hoje pertencem ao sá®culo sucessivo. O nome Grutas de Catulo, todavia, continua em vigor, pois á® realmente muito sugestivo pensar que um tempo por ali caminhava o jovem poeta latino, contemplando a beleza das áíguas do lago e o marulho das ondas que o acolhiam apá│s o retorno de suas longas viagens:
ÔÇ£Oláí, charmosa Sirmione: fique feliz pelo teu dono! / Fiquem felizes vocá¬s tambá®m, ondas do lago lá¡dio: / riam todas as risadas que tá¬m guardadas para mim.ÔÇØ

As termas
Sirmione á® tambá®m muito conhecida por ser uma importante zona de áíguas termais, famosa em toda a Itáília e atá® mesmo no exterior. Desde o Renascimento sabia-se da existá¬ncia de uma fonte de áígua quente e sulfá║rica submersa no lago, mas sá│ a partir de 1889 conseguiu-se canalizar a áígua para utilizáí-la como fonte termal. Háí, por sinal, uma interessante histá│ria por tráís desse fato.

No final do sá®culo XIX os equipamentos de mergulho eram obviamente ainda muito rudimentares, o que tornava quase impossá¡vel alcanáºar a dita fonte termal de Sirmione. Isto náúo impediu, todavia, um corajoso mergulhador – um certo Procá│pio de Veneza – de realizar a proeza: vestido com um pesadá¡ssimo escafandro de 400 kg, ele conseguiu se submergir atá® a fonte e fincar na rocha um conduto com o qual derivou a áígua atá® a superfá¡cie, para grande aplauso da incrá®dula multidáúo. Com certeza um feito enorme para a á®poca!
Sirmione hoje
Hoje em dia a pená¡nsula de Sirmione á® uma das zonas que mais atrai visitantes em todo o norte da Itáília. O mercado turá¡stico tem se tornado, com efeito, muito prá│spero nos á║ltimos anos, oferecendo uma variedade de atraáºáÁes para quem decide passar pela cidade: das ruá¡nas romanas ao castelo medieval; dos spas e fontes de áíguas termais (bená®ficas principalmente para os problemas respiratá│rios) aos numerosos esportes aquáíticos, como o windsurf e o barco a vela; dos charmosos bares do centro histá│rico áás famosas discotecas, Sirmione com certeza te daráí bem mais de um motivo para ficar encantado e com vontade de voltar!

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Por Yuri Borges Loyola
Foto de capa: saiko3p / Bigstock